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domingo, 24 de outubro de 2010

“Projeto de Produção Coletiva Quem aumenta um ponto...inventa um conto!”

PROJETO: "QUEM AUMENTA UM PONTO...INVENTA UM CONTO!" na íntegra


“Projeto de Produção Coletiva Quem aumenta um ponto...inventa um conto!”

Justificativa

O Projeto partiu de um simples plano de aula, apenas mais uma atividade. Sem pretensão de se tornar um projeto.
Minha classe desse ano são crianças de seis anos e está no primeiro ano da Escola Municipal Oswaldo Justo, no município de Praia Grande – litoral sul de São Paulo.
São crianças muito inteligentes, de fácil apreensão dos conteúdos, porém têm atitudes agressivas quando se frustram ou não têm argumentação e acabam resolvendo as diferenças batendo nos amigos.
Detectada a “deficiência” da classe comecei a trabalhar com mais freqüência a “HORA DO CONTO”. Utilizei diversos Contos de Fadas que trabalham as virtudes, levei personagens confeccionados por mim para ilustrar as histórias na hora da narrativa, além de outros meios para recontá--las.
Comecei a ter uma resposta positiva em relação a disciplina neste momento. Eles gostam muito da “hora da história”. Gostam, mas já sabiam os contos “de trás para frente”, e pensei para uma atividade “Vamos inventar uma história, ou pelo menos vamos tentar”.
Planejei no semanário o dia da “invenção”.
No dia coloquei um papel pardo preso na parede e comecei a atividade com uma “roda de conversa” sobre o precisamos para ter uma história, título (o nome da história), os personagens, o enredo.
De repente a história foi acontecendo. Funcionou.
A resposta foi surpreendente. O enredo ficou lindo!
Li e reli. Jamais poderia permitir que uma história tão bem estruturada ficasse dentro de um armário enrolada num papel pardo.
Então surgiu o “Projeto de Produção Coletiva: Quem aumenta um ponto... inventa um conto”.



Objetivos

· Despertar o amor pelos livros e pela leitura;
· Trabalhar valores morais (virtudes);
· Desenvolver a criatividade;
· Envolver os alunos em atividades que necessite participação em grupo;
· Diferenciar, de forma lúdica, a linguagem oral da escrita.



Conteúdos

· Produção textual coletiva ditado para um escriba;
· Utilização correta de expressões usadas em contos, tempos verbais e adjetivos;
· Estudo das palavras-chave do texto produzido;
· Revisão de texto;
· Estudo lúdico das formas antigas e atuais de marcação de tempo (relógios e calendário);
· Recontar a história por meio de diversos recursos pedagógicos: flanelógrafo, tapete de histórias e dramatização;
· Confecções de cartazes que diferenciem atividades realizadas durante o dia, das que são realizadas a noite pelos seres humanos;
· Música: Sol, Lua e estrela, do “Palavra Cantada”;
· Leitura de diversos contos;
· Utilização da sala de informática para a ilustração da história.



1º Etapa

“Vamos inventar uma história”
Produção de uma história inventada pelas crianças. Com título, personagens e enredo.
Através de uma roda de conversa iniciamos a problematização inicial: “o que precisamos para ter uma história?”.
Coloquei um papel pardo preso na parede e começamos a criar. Fui apenas escriba e organizadora do pensamento para que não dispersasse.
Surgiu o conto: “A Lua e a Noite”.


2º Etapa

Apresentar diversos contos infantis.
Deixar as crianças manusearem livremente os livros, afim de que percebam sua estrutura.


3º Etapa

Trabalhar com as crianças o conceito de “Dia e Noite” através de cartazes e do relógio.
Explicar que o dia é dividido por horas.
Mostrar diversos tipos de relógio.



4º Etapa

Revisão da história.
Revisar o texto incluindo diálogos, retirando as expressões “aí”, “daí”, “né”, “então” e acrescentar a linguagem típica de contos. Conseqüentemente acrescentaremos, também, conteúdo a história.


5º Etapa

As crianças farão uma contação da História inventada, para outros alunos da Escola utilizando alguns recursos pedagógicos, tais com: flanelógrafo, avental de histórias, tapete de histórias.


6º Etapa

Montar uma peça de teatro com o enredo da história.



7º Etapa

Transcrever a história no computador no formato de um livro (folha A4 dividida ao meio) deixando espaço para a ilustração.
Os autores-ilustradores serão escolhidos através de votação dos professores de várias classes.
Para a votação será utilizado material pré-selecionado (desenhos com o tema da história).


8º Etapa

Reproduzir o original do livro para cada aluno ter seu exemplar.
Enviar a história original para a Editora para estudo de uma possível publicação.


Avaliação

Avaliar a participação e interesse dos alunos nas atividades propostas
Propor um ditado com alfabeto móvel: as crianças montarão palavras-chave da história (dia, noite, lua sol).
Fazer uma “roda de conto” um aluno começa a contar a história, ao ouvir uma palma outra criança continua.
Registrar os avanços da oralidade e da escrita. Compartilhar estes avanços com os pais.


Fonte:

http://camilagenaro.blogspot.com/search/label/Projeto%20Produ%C3%A7%C3%A3oTexto%20Coletivo

Projeto Histórias Infantis

Projeto Histórias Infantis



HISTÓRIAS INFANTIS

- Objetivos:
• Conhecer diversas Histórias infantis;
• Utilizar a técnica de dramatizar e fazer recontos;
• Oportunizar a criatividade, imaginação, humor, ilusionismo;
• Desenvolver habilidades sociais;
• Desenvolver o hábito de ouvir com atenção;
• Enriquecer e ampliar o vocabulário;
• Intervir, posicionar, julgar e modificar subvenções sociais;
• Desenvolver o pensamento lógico e a rapidez de raciocínio;
• Criar atitudes desejáveis;
• Permitir a livre expressão. - Formulação dos Problemas:
• Quais são as leituras que vocês preferem: gibis, livros de histórias, histórias em quadrinhos, poemas, etc.?
• Vocês sabem algum história?
• Vocês lêem jornais ou revistas? Quais?

- Tempo da Atividade: 36 horas (módulos de 3 horas)

-Material:
Para as oficinas: usar material reciclado como retalhos de tecido, papéis coloridos, pratos de papelão, saquinhos de embalagens, fitas, brocal, embalagens diversas, durex colorido, tinta guache, cola colorida, lápis de cor, giz de cera, canetinhas hidrocor, lã, etc.

Para as apresentações das histórias: vídeo, aparelho de som, livros de literatura, C.D.,teatro, (apresentações feitas por turmas mais velhas, da própria escola).

Para a apresentação da teia de histórias: tapete, almofadões, aparelho de som com música suave, incenso, baú ou caixa grande de papelão enfeitada com brilho, estrelas, lua.

Para a avaliação: Papel, lápis, lápis de cor, giz de cera.

-Planejamento Apresentação:

1º Módulo:
Procurar conhecer quais as histórias infantis que mais interessam à turma.
Planejar oito histórias e a maneira de serem apresentadas:
* Branca de Neve e os Sete Anões – vídeo
* Dona Baratinha – Contada
* João e Maria – Leitura
* Os Três Porquinhos -C D
* Cinderela – vídeo
* A Bela e a Fera – teatro
* O Príncipe Sapo – contada
* Chapeuzinho Vermelho – teatro

(Cada história será apresentada em um dia, e o procedimento será o mesmo, em todas as apresentações)

Apresentar a história;
Fazer o reconto conjunto, interpretando a história;
Traçar o perfil dos personagens principais;
Copiar o nome da história no caderno ilustrando-a.

2 º ao 9º Módulo:
Apresentação e interpretação das histórias.

10º e 11º Módulos:
Preparar material de artes para a dramatização das histórias.
Serão duas oficinas de fantoches, máscaras, acessórios e objetos que caracterizam as histórias apresentadas.
Exemplo: maçã da Branca de Neve, máscara do Lobo Mau, chapéu de Bruxa, varinha mágica da Fada, espelho mágico da Madrasta, Sapatinho da Cinderela, Caixinha com moeda de Dona Baratinha, Coroa do Príncipe Sapo, Fantoches dos Três Porquinhos, capa do Chapeuzinho Vermelho, rosa encantada da Fera, saquinho com as pedrinhas de Joãozinho, coroa de Princesa.

-Temas Transversais

Ética: Diálogo, respeito mútuo, responsabilidade, cooperação, organização, solidariedade. Trabalho coletivo, compartilhar descobertas.
Pluralidade Cultural: Educação – Diferentes formas de transmissão de conhecimento: práticas educativas e educadores nas diferentes culturas;
Cidadania: Direitos e deveres individuais e coletivos.
Literatura e tradição: línguas, dialetos, variantes e variação lingüística.

-Desenvolvimento:

Das oficinas: Usar material reciclado para confeccionar as fantasias e adereços. Os moldes já serão entregues devidamente riscados e cortados. Os alunos se dividirão em grupos de trabalho e orientados por professora e estagiárias, executarão as atividades estipuladas.
(Algumas peças já se encontravam à disposição da turma, adquiridas anteriormente, pela escola).

Das apresentações das histórias: Propiciar aos alunos um ambiente aconchegante e confortável para conhecer as histórias, observando o planejamento das atividades.

Da teia de histórias: Desafiar os alunos a fazerem o reconto de todas as histórias ao mesmo tempo, numa mistura aleatória de personagens. Fazendo uso do tapete, almofadas, música e incenso, preparar um ambiente propício e agradável.
Colocar no baú as fantasias e acessórias confeccionados e numeradas, afixando na tampa do mesmo, uma lista apenas com o número de peças nele contidas.(Ao colocar as peças , exibi-las novamente às crianças relembrando a quem pertencem, de que história foi retirada, seu uso na história, etc).
Quando todas as crianças estiverem acomodadas no tapete, a professora iniciará a história:

Era uma vez, num bosque rodeado de lindas montanhas, onde dezenas de pássaros cantavam nos galhos floridos das árvores e agitavam suas asinhas num vôo apressado na busca de frutinhas para alimentar seus filhotes a piar nos ninhos. Naquela tarde ensolarada e perfumada de primavera, debaixo de um ipê amarelo, bem ao lado de um límpido lago, encontrei...
Aí a professora toca uma das crianças e ela dirá um número, retirando do baú a peça correspondente, continuando a história com o que lhe remete na lembrança, o objeto vindo do baú.
A criança dará asas a sua imaginação para colocar o objeto ou o personagem sorteado na história, continuará contando um pedacinho, depois tocará outra criança e esta deverá dar seqüência com outro objeto.
A história prossegue até todos os objetos e personagens forem usados ou até quando as crianças permanecerem interessadas.

-Avaliação:
Ao final de cada módulo, professor e alunos farão suas observações e avaliações, oralmente. Terminando por desenharem o que sentiram com as atividades, o que mais gostaram, ou como gostaria...

Bibliografia: BARRIE, J. M..Peter Pan e outras histórias. Rio de Janeiro, Gamma. Histórias da Carochinha. São Paulo, Ática,1987,p.23-

FAZ-DE-CONTA






PLANO DE AULA: FAZ- DE- CONTA


Tempo: 1 hora.
Espaço: Sala de aula ou área aberta.
Idade: A partir de 2 anos.
Material:Fantasias diversas, roupas do cotidiano de crianças e adultos, panos e retalhos de diversos tamanhos, chapéus, perucas, adereços, fantoches, blocos de espuma e almofadas.
Objetivos:Canalizar a agressividade natural para a experiência lúdica.
Descrição:Estimule a brincadeira com figuras como um lobo ou um monstro.No faz-de-conta, a criança enfrenta aquilo que gera medo – sentimento muito ligado à agressividade.Os outros materiais podem ser usados para fazer cabanas ou muros para se proteger.
Entre na brincadeira sempre que sentir a necessidade de interferir, como no momento em que perceber algum conflito.
As crianças devem expressar o medo e a agressividade, sem se machucar ou bater no outro.


MAIS UM FAZ- DE- CONTA

Idade: A partir de 4 anos.
Tempo: De uma a duas horas.
Espaço: Brinquedoteca ou sala de aula.
Material:Kits com objetos que alimentem o jogo simbólico.
Exemplos de kits: carrinho de supermercado infantil com embalagens de alimentos ou produtos de higiene pessoal e limpeza, todos limpos;fantasias;maleta com ferramentas que imitem as utilizadas em oficinas mecânicas;caixa com utensílios de cozinha;bolsa com escovas e pentes de cabelo, potes de creme e xampu.
Objetivos:Brincar com os colegas e expressar os sentimentos quanto ao processo de adaptação por meio de diferentes papéis.
Descrição:Coloque os kits espalhados em diferentes pontos da sala. Deixe as crianças explorarem os kits, escolhendo livremente os papéis que pretendem desempenhar e os colegas com quem desejam brincar.
Acompanhe atentamente o enredo das histórias criadas durante a brincadeira.Você pode perceber se elas expressam sentimentos relacionados ao período de adaptação e ajudá-las posteriormente, ao planejar outras atividades.



FONTE: http://camilagenaro.blogspot.com/search/label/Projetos%20de%20leitura

Projeto Mala Mágica

Projeto Mala mágica - um incentivo à leitura de forma divertida

Além de estimular para a alfabetização e criar o hábito e o gosto pela boa leitura o projeto desenvolveu a linguagem oral das crianças ampliando seu vocabulário, entrosou a classe que aprendeu a trabalhar em grupo, produziu trabalhos artísticos desenvolvendo a capacidade criadora, culminando num sucesso absoluto que ampliou o conhecimento do mundo das crianças que ainda aprenderam a confrontar realidade e fantasia.


Denominado “Mala Mágica” o projeto constituiu-se basicamente em a cada final de semana a mala ir para a casa de um aluno, juntamente com um livro de literatura. Ao retornar à escola, o aluno deveria levar para a sala de aula a mala e dentro dela a fantasia do personagem principal da história e o registro dos momentos mais importantes desta construção. O que uniu os responsáveis ao projeto engajando-os no mesmo.


“ Cada vez que a criança ouve histórias de faz-de-conta, dá vazão às próprias emoções e pode ensaiar diversos papéis, pois a linguagem simbólica, não verbal dos “Contos de fadas”, comunica-se diretamente com o imaginário da criança, fazendo-a perceber que os problemas existem, mas que eles devem ser enfrentados e podem ser sempre solucionados.”



Através da fantasia a criança compensa as pressões de sua vida e por serem otimistas e transmitirem uma mensagem de felicidade e realização, se aproximam da realidade das mesmas. As histórias educam e estimulam o desenvolvimento da atenção, da imaginação, observação, memória, reflexão e linguagem.


Um baile com todos fantasiados foi realizado no final do semestre de intenso trabalho.
Para a prática da Literatura Infantil não existem receitas prontas, o que deve existir é o conhecimento e o gosto do professor aliado a um espírito criativo, pois cada professor é conhecedor de sua realidade e por isso mesmo, deverá procurar melhores meios para desenvolver a sensibilidade literária.



Muitos adultos não gostam de ler, porque não foi desenvolvido neles o hábito e o prazer pela leitura, daí a importância da mesma ser vista como fonte de fruição e prazer.
O trabalho com a literatura, o brincar de faz-de-conta é necessário porque imitar diferentes situações permite-nos construir nossa história de vida e outras pequenas histórias, além de participar de atividades de curta duração que envolve tanto o coletivo, com momentos de negociações e limites, permitindo-lhe, assim, maior descontração e autonomia.


Enfim, o professor com sua criatividade, inteligência e imaginação saberá dar toques de entusiasmo às histórias, penetrando no mundo da fantasia que as crianças possuem, já que ele é considerado o marco inicial da personalidade da Educação Infantil. Este deve procurar desenvolver seu trabalho com atividades que a partir de leituras do mundo, coloquem os educandos em contato com a leitura e a escrita, favorecendo condições ideais para a alfabetização.

Autora do projeto: Monique Corrêa Saliba
Fonte: Paty Fontes - Projetos Pedagógicos Dinâmicos



SUGESTÕES PARA ENRIQUECER O PROJETO
A maleta recebe os dedoches em feltro.










FONTE: http://camilagenaro.blogspot.com/search/label/Projetos%20de%20leitura

MENINA BONITA DO LAÇO DE FITA

Menina Bonita do Laço de Fita


MENINA BONITA DO LAÇO DE FITA

(Ana Maria Machado)


Era uma vez uma menina linda, linda.

Os olhos pareciam duas azeitonas pretas brilhantes, os cabelos enroladinhos e bem negros.

A pele era escura e lustrosa, que nem o pelo da pantera negra na chuva.

Ainda por cima, a mãe gostava de fazer trancinhas no cabelo dela e enfeitar com laços de fita coloridas. Ela ficava parecendo uma princesa das terras da áfrica, ou uma fada do Reino do Luar.


E, havia um coelho bem branquinho, com olhos vermelhos e focinho nervoso sempre tremelicando.

O coelho achava a menina a pessoa mais linda que ele tinha visto na vida.

E pensava:

- Ah, quando eu casar quero ter uma filha pretinha e linda que nem ela...


Por isso, um dia ele foi até a casa da menina e perguntou:

- Menina bonita do laço de fita, qual é o teu segredo para ser tão pretinha?


A menina não sabia, mas inventou:­

- Ah deve ser porque eu caí na tinta preta quando era pequenina...


O coelho saiu dali, procurou uma lata de tinta preta e tomou banho nela. Ficou bem negro, todo contente.

Mas aí veio uma chuva e lavou todo aquele pretume, ele ficou branco outra vez.


Então ele voltou lá na casa da menina e perguntou outra vez:

- Menina bonita do laço de fita, qual é o seu segredo para ser tão pretinha?


A menina não sabia, mas inventou:

- Ah, deve ser porque eu tomei muito café quando era pequenina.


O coelho saiu dali e tomou tanto café que perdeu o sono e passou a noite toda fazendo xixi. Mas não ficou nada preto.

- Menina bonita do laço de fita, qual o teu segredo para ser tão pretinha?


A menina não sabia, mas inventou:­

- Ah, deve ser porque eu comi muita jabuticaba quando era pequenina.


O coelho saiu dali e se empanturrou de jabuticaba até ficar pesadão, sem conseguir sair do lugar. O máximo que conseguiu foi fazer muito cocozinho preto e redondo feito jabuticaba. Mas não ficou nada preto.


Então ele voltou lá na casa da menina e perguntou outra vez:

- Menina bonita do laço de fita, qual é teu segredo pra ser tão pretinha?


A menina não sabia e...

Já ia inventando outra coisa, uma história de feijoada, quando a mãe dela que era uma mulata linda e risonha, resolveu se meter e disse:

- Artes de uma avó preta que ela tinha...


Aí o coelho, que era bobinho, mas nem tanto, viu que a mãe da menina devia estar mesmo dizendo a verdade, porque a gente se parece sempre é com os pais, os tios, os avós e até com os parentes tortos.

E se ele queria ter uma filha pretinha e linda que nem a menina, tinha era que procurar uma coelha preta para casar.


Não precisou procurar muito.

Logo encontrou uma coelhinha escura como a noite, que achava aquele coelho branco uma graça.

Foram namorando, casando e tiveram uma ninhada de filhotes, que coelho quando desanda a ter filhote não para mais!

Tinha coelhos de todas as cores:

branco, branco malhado de preto, preto malhado de branco e até uma coelha bem pretinha.

Já se sabe, afilhada da tal menina bonita que morava na casa ao lado.


E quando a coelhinha saía de laço colorido no pescoço sempre encontrava alguém que perguntava:

- Coelha bonita do laço de fita, qual é o teu segredo para ser tão pretinha?


E ela respondia:

- Conselhos da mãe da minha madrinha...

Essa história é ótima para trabalhar diversidade de forma interdisciplinar e intradisciplinar, como está previsto nos PCNs que defendem a Construção Social do Cidadão.

Além de uma roda de Contação de histórias, pode ser confeccionada uma boneca de Pano, para trabalhar as diferenças e cada dia uma aluno cuida da nova amiga e brinca com ela.

Eis uma sugestão de Projeto:

PROJETO:


ÁREA DE CONHECIMENTO: Língua Portuguesa

OBJETO DE ESTUDO: Diversidade Étnico-Cultural Brasileira
Ensino Fundamental – 1º ao 5º ano

INTRODUÇÃO:
Desenvolvimento do tema da diversidade, não somente com o objetivo de apresentar aos alunos a riqueza da diversidade étnico-cultural brasileira, contribuindo para que as crianças se apropriem de valores como o respeito a si próprias e ao outro, mas também com o objetivo de elevar a auto-estima do aluno negro.
A sugestão é que as atividades sejam desenvolvidas durante um período mínimo de cinco dias, (lembrando que essa sugestão de aulas não poderá ocorrer num dia só) no decorrer dos quais o professor irá:

1. Apresentar a história à classe, contando-a, sem mostrar o livro.

2. Pedir às crianças que dêem um título (um nome) à história ouvida, escrevendo na lousa as sugestões apresentadas.

3. Contar que quem escreveu a história foi Ana Maria Machado, uma escritora brasileira que escreve livros para crianças, principalmente. Se o(a) professor(a) já tiver lido para a classe outros livros da autora, relembrar o fato aos alunos, se possível, mostrando-os.

4. Dizer o título do livro: "Menina bonita do laço de fita" e comparar com os nomes apresentados pelos alunos na atividade 2, perguntando a eles se gostaram mais do nome escolhido por eles próprios ou o escolhido pela autora; mostrar às crianças que nem sempre temos a mesma opinião sobre um mesmo fato ou situação e que o importante é que aprendamos a respeitar todas as opiniões; comentar os nomes escolhidos pelos alunos, na medida em que se afastam ou se aproximam do nome original da história.

5. Mostrar a capa do livro aos alunos. "Ler" a imagem da capa com eles, fazendo perguntas sobre a ilustração: a cor da pele da menina, do coelho, o cabelo da menina (quem usa cabelo assim? é difícil fazer um penteado como esse? leva muito tempo?). Destacar o olhar apaixonado, pensativo-sonhador do coelho. Pedir aos alunos que mostrem o que mais na ilustração indica que o coelho está apaixonado. Dizer o nome do ilustrador e falar sobre a importância da ilustração na leitura.

6. Ler o livro para os alunos, agora parando em cada página, mostrando as imagens e destacando as palavras e expressões que valorizam a menina, que a retratam como bela: "Era uma vez uma menina linda, linda. Os olhos dela pareciam duas azeitonas, daquelas bem brilhantes. Os cabelos eram enroladinhos e bem negros, feitos fiapos da noite. A pele era escura e lustrosa, que nem o pêlo da pantera negra quando pula na chuva.". Os adjetivos e comparações usados pela autora vão além de aguçar a imaginação infantil (olhos = duas azeitonas daquelas bem brilhantes; cabelos = fiapos da noite; pele = pêlo da pantera negra quando pula na chuva); eles evocam uma imagem positiva da menina, valorizando nela aspectos como cabelo e cor de pele, que normalmente são "maquiados", escondidos, quando a personagem é negra. A beleza natural da menina ganha enfeites que reforçam seu encanto, dando a ela ares de personagem de contos de fadas, pois: "Ainda por cima, a mãe gostava de fazer trancinhas no cabelo dela e enfeitar com laço de fita colorida. Ela ficava parecendo uma princesa das Terras da África, ou uma fada do Reino do Luar". Esses dois trechos contribuem para que, ao imaginário infantil a menina seja apresentada como uma bela princesa de contos de fadas, o que é extremamente positivo e eleva a auto-estima da criança, que se identificará com a heroína. Perguntar aos alunos se eles têm uma idéia de por que o coelho quer ter a cor de pele da menina. Será que ele não está satisfeito com a própria cor? Comentar com as crianças as respostas dadas. É importante que o(a) professor(a) destaque que além de muito bonita, essa heroína é também muito esperta e criativa, pois mesmo não sabendo responder às perguntas do coelho, sempre tem uma solução para que ele se torne da cor desejada: cair na tinta preta, tomar muito café, comer muita jabuticaba... Antes de ler o trecho que fala da intervenção da mãe no diálogo entre a menina e o coelho, perguntar se alguém lembra como era a mãe da garota. Comparar o texto escrito ("uma mulata linda e risonha") e a ilustração da mãe que é a de uma linda moça, moderna, bem vestida e arrumada (enfeitada, pintada, cabelos penteados), o que também contribui para que a classe forme uma imagem estética positiva da mulher negra.

7. Aproveitar a descoberta do coelho ("a gente se parece sempre é com os pais, os tios, os avós e até com os parentes tortos") e perguntar aos alunos com quem eles acham que se parecem. Essa atividade pode desdobrar-se em outras, por exemplo:

a) as crianças podem entrevistar os pais para saberem com quem se parecem e apresentar os resultados da pesquisa oralmente (Por exemplo, dizendo frases como: Minha mãe diz que meus olhos são parecidos com os dela, mas que meus cabelos e minha boca se parecem com os da minha avó.);
b) os alunos podem levar fotografias de parentes (pais, avós, tios, irmãos, por exemplo); atrás de cada foto deve constar o nome da criança que a trouxe; os alunos dividem-se em grupos de quatro. As fotos de cada grupo são empilhadas, com a frente para cima; os alunos tiram a sorte para ver quem começa jogando; o primeiro pega a primeira foto e tenta adivinhar quem a trouxe, observando as semelhanças entre as fotos e os colegas de grupo; se foi ele mesmo quem trouxe a foto, deve embaralhar a pilha, para que a fotografia saia do primeiro lugar; enquanto for acertando, o jogador continuará jogando. Ganhará o jogo quem tiver acertado mais. Ao final, as crianças devem contar aos colegas de grupo quem são as pessoas que estão nas fotos. Terminada a brincadeira, o (a) professor(a) colocará para a turma a seguinte questão: somos parecidos com as pessoas da nossa família? O coelho branco estava certo em suas conclusões?

8. Pedir às crianças que desenhem: a) a menina do laço de fita e a mãe; b) o coelho e sua nova família; c) suas famílias.

9. Organizar uma roda de conversas. Reler o trecho: "O coelho achava a menina a pessoa mais linda que ele tinha visto em toda a vida. E pensava: - Ah, quando eu casar quero ter uma filhinha pretinha e linda que nem ela." Questionar: O que é ser bonito? Como uma pessoa deve ser para ser bonita? Provavelmente surgirão respostas diferentes umas das outras. Retomar o que foi dito na atividade nº 4 e mostrar às crianças que nem sempre temos a mesma opinião sobre um assunto e que isso é muito bom, pois o mundo seria muito aborrecido se todos pensassem do mesmo jeito e se, por exemplo, só existisse um único modelo de beleza. Destacar que o importante é respeitar as diferenças. Conversar com a classe sobre os padrões de beleza existentes em "Menina bonita".

10. Mostrar, num mapa-múndi, os cinco continentes - a América, a Europa, a Ásia, a África e a Oceania, ressaltando que eles são divididos em países, cada um com seus costumes e tradições, suas festas, músicas e danças, suas religiões e seu jeito de ser, pois ninguém é igual a ninguém e é isso que dá graça à vida.

11. Conversar com as crianças sobre as "famílias" (povos) que formam o Brasil: os índios, o negro, o colonizador europeu, os imigrantes italianos, japoneses, árabes, judeus etc. Explicar que esses povos foram se cruzando, para formar a grande família brasileira, que tem as características de suas origens. Lembrar aqui as contribuições desses povos nas festas, na música, na culinária, nas histórias etc.

12. Retomar a atividade 10 e complementá-la, destacando a importância do respeito à diversidade étnico-cultural que compõe o Brasil.


Essas são algumas sugestões, apenas. O professor deve assumir uma postura de combate a todas as formas de discriminação e preconceito, valorizando as diferentes etnias que constituem o Brasil e que, de certa forma, estão representadas nas crianças que compõem uma sala de aula na Educação.
Para finalizar, um destaque: para assumir o compromisso de trabalhar a diversidade cultural e étnica na Educação Infantil/Fundamental, o professor precisa ter segurança quanto ao que será desenvolvido.
Um caminho para isso é a reflexão conjunta dos professores nas reuniões pedagógicas, procurando respostas a indagações como: Sou preconceituoso? Já vivi situações de discriminação ou preconceito? E, tratando-se da etnia negra: O que sei sobre o continente africano? O que sei sobre as condições dos africanos escravizados no Brasil? O que sei sobre suas lutas de resistência, seus heróis, suas histórias? Conheço a história de Zumbi? A influência que os africanos escravizados tiveram na formação da identidade brasileira, nas religiões, festas, cantigas, danças, culinária e, principalmente, histórias que contribuem para ampliar o repertório e povoar o imaginário das crianças com representações positivas do negro?

“Nossas escolas pretendem formar cidadãos. E cidadania não combina com desigualdade, assim como democracia não combina com preconceito e discriminação. Se as crianças vão à escola é porque desejamos que se desenvolva plenamente como seres humanos...”

Fonte:
http://www.cantinhodoprofessor.org/consciencia_negra/projeto_menina_bonita.htm